Árvore da saudade.

A Árvore da saudade.

A sombra da árvore que descansa,

onde um dia se conheceram duas crianças,

memórias que trago na lembrança,

na grama verde que parecia um tapete,

embalsa o versos que escrevo,

no vento suave dos meus pensamentos,

do sol que queima minha pele,

de tão branca parece morena,

as brincadeiras que inventa,

na rede que balança,

nas tranças do teu cabelo,

a saudade que me tranca,

sonhos de criança,

passou tão rápido, nós crescemos,

no rio que corria pela montanha,

no barco que trazia os peixes,

na fogueira que à noite espanta,

no frio que trás o aconchego,

do teu primeiro beijo,

que nunca me saiu da lembrança,

nesse dueto de um só coração,

falo da minha emoção,

naquele 16 de Dezembro,

de mil e novecentos corações,

de duas crianças,

de dois adolecentes,

de um homem e uma mulher,

separados pelo preconceito,

de nomes e títulos,

que se perderam no tempo,

naquele 16 de Dezembro,

nos olhos marejados eu vejo,

no mesmo céu, um tapete de estrelas,

enquanto a madrugada se despede do horizonte,

o nascer no firmamento,

de promessas de amor que se desfaz com o tempo.

Ricardo di Paula, 22/11/07.

Árvores são sempre

especiais.

Amores são sempre

especiais.

Sonhos estes são demais...

PLANTAREMOS ESTES ARBUSTOS

Cecília Meireles

Plantaremos estes arbustos

que darão flor apenas

daqui a três anos.

Plantaremos estas árvores

que darão fruto um dia,

mas só depois de dez anos.

Não plantaremos jardins de amor,

porque imediatamente

abrem tristeza e saudade.

Não plantaremos lembranças

porque estão desde já e para sempre

carregadas de lágrimas.