TERRAS DE DEUS

 

Nos desplantes das eras,

Terras de Deus

São fecundos e inconstantes os meus dias...

Pelos mundos de cansaços

Aos meus olhos já ateus

Por sempre recordar os teus,

   Estadeados em alegrias.   

             

Porque me dás tu meu Deus,

Tantas nostalgias?

Tantos dias complexos

De murmúrios meus...

Por esse amor que já partiu

Cheio de taras e manias

Repletos de covardias,

E sem dizer um único adeus?  

   

Ó meu Deus!...

Não causes aos meus tempos mais saudade!

Traz-me os ventos por inteiro,

Sementes e amor de verdade

E leva-me pelas mãos da morte

Toda a sorte de agonias...

                                                  

Faz os ventos levantar as pedras,

Os gestos e as palavras sem destino.

Faz os ventos levantar das noites

Todas as sombras do meu caminho,

E traz-me somente á mente...

Uma terra de luz, á inocência dos meus dias