Amor em Verbos Dourados
Na efêmera vastidão do ser,
Refletida em teu olhar sereno,
Ardor que em mim desenlaça o viver,
Qual doce afago, derramando um veneno.
Ah, amor que me desvelas o peito,
Em enigmas sutis, sublimes, plenos,
Embriagas-me em tuas asas de deleito,
Despertando-me de sonhos terrenos.
Nas palavras do mundo, disfarço-me,
Camaleão da alma, no labirinto da dor,
Versos meticulosos desenho, entremeio,
Rendas líricas que enlaçam meu fervor.
Assim, conjugo o amor em verbos dourados,
Como folhas ao vento, soltas, aladas,
São versos arrebatados e entrelaçados,
Num mar de ternura, em noites estreladas.
No acorde sutil da melodia eterna,
No segredo do tempo, entrelaço meu ser,
Numa união de almas que se governa,
Na doce vertigem de um só prazer.
Que meu coração, em versos embebido,
Semeie amores ardentes, imortais,
Como um rio que flui em curso infindo,
Embalando os sonhos dos mortais.
Oh, amor sublime, tecido de poesia,
Nas entranhas do tempo, eternamente,
No limiar de nossas almas em sintonia,
Um amor que transcende o efêmero, somente.