Para Simone
Frame
Para Simone
E aquela boca que me seduz
Aquele olhar que me despe
Aquele quase sussurro, inaudível
Aos meros mortais que olham
Mas que aos ouvidos do poeta soam
Como berros
Não loucos, em desvario,
Mas clamando atenção
Para a sensibilização da luz
No granulado quadro grafado
Que violentamente invade
A desavisada mente do inocente
Que quando se percebe, já se perdeu
Nos detalhes daquela boca
Tão linda, tão rosea
Inacessível prosa
Que pena não descreve
Mas que a luz destaca
E, enfeitiçada, a fantasia do poeta
Esmiúça a Musa a procurar
Um único ponto de fuga
E lá seu horizonte colocar...