IMPIEDADE

Astros, Orbes... Mudos sacrários!

Dos olhares renascidos das Deusas Sumérias

Que se erguem e buscam tuas valsas sidérias

Quiçá meu refúgio, na fonte em teus fadários!

Negam-me, bem o sei! Ó ditosa ventura

Do toque da garoa, do beijo que nem dei...

O grão de areia que sonhou ser Rei

Erigindo castelos, pela força de uma jura!

Antes cobrissem meus olhos o véu

Os que tombam lamentam a tinta e o pincel

Teu retrato me nega o adeus...

Impiedosa!

Ri da boca sequiosa

Ansiando a taça, e os lábios teus!

André da Costa
Enviado por André da Costa em 13/05/2023
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