IMPIEDADE
Astros, Orbes... Mudos sacrários!
Dos olhares renascidos das Deusas Sumérias
Que se erguem e buscam tuas valsas sidérias
Quiçá meu refúgio, na fonte em teus fadários!
Negam-me, bem o sei! Ó ditosa ventura
Do toque da garoa, do beijo que nem dei...
O grão de areia que sonhou ser Rei
Erigindo castelos, pela força de uma jura!
Antes cobrissem meus olhos o véu
Os que tombam lamentam a tinta e o pincel
Teu retrato me nega o adeus...
Impiedosa!
Ri da boca sequiosa
Ansiando a taça, e os lábios teus!