Uma poética prosa sobre você...
Quando o vento passar por teu pescoço nu, lembre: são os beijos que mandei pela janela na madrugada passada. Quando veres a verde vida saltar pelo asfalto preto, lembre: é meu amor por você transbordando do meu peito. Quando deparar-se com o sol tocando teu rosto, corpo e cabelo, lembre: é meu toque, meus carinhos, enviados pela luz e pelo calor do astro reluzente. Assim tento matar essa saudade canalha, que como navalha corta nossa vida. Minha querida, nunca mais, não, nunca mais! Nunca mais desgrude de mim...
Quando ouvires o canto belo e convidativo dos pássaros, lembre: é a canção entoada por meu peito toda noite que durmo sem você. Quando olhares pela janela, e nela, veres gotas de prata, fúlgidas, que fulgiram do céu; lembre: são as lágrimas que meu vermelho coração derramou por ti ontem. Quando sentires pulsar em seu corpo, o sangue metálico e veloz; lembre: são meus beijos dançando em você! Assim tento matar essa saudade canalha, que como navalha corta nossa vida. Minha querida, nunca mais, não, nunca mais! Nunca mais desgrude de mim...
Quando o frescor da sombra de uma nuvem tocar-te a pele, lembre: é meu abraço te protegendo dos males deste mundo pútrido. Quando ficares hipnotizada pelo cheiro de beleza no pôr do sol, lembre: eu fico assim também toda vez que vejo teus cabelos flutuando na alma de meus olhos. Quando a luz penetrante da lua penetrar-te o quarto, lembre: são meus versos penetrando teu coração; como uma flecha em chamas numa casa de palha. Assim tento matar essa saudade canalha, que como navalha corta nossa vida. Minha querida, nunca mais, não, nunca mais! Nunca mais desgrude de mim...