Hieróglifos no Olhar
Quisera decifrar os mistérios
Que inundam teu olhar pardo
E me rouba os hemisférios
Norte e Sul, donde eu vago.
Naufragado sem direção,
Posto me perder ainda mais
Como Narciso a procura vão
De elucidar indecifráveis vais.
Tua beleza há afluentes mil
Em cursos antagônicos de ter
Força e delicadeza feminil
Que do olho d'água se ver.
És sonho que perdura [cais]
Doce, perfumado, quente
Sinestesia que mistura [ais]
Sensações, mesmo tu ausente.
Crisalido em mim os sentimentos
Desejando a liberdade dos alentos
Para as borboletas gástricas aqui.
Esfinge que devora pois não sei
O que faço, se me desfaço ao fluir
Da paixão repentina, a qual saudei.