Hieróglifos no Olhar

Quisera decifrar os mistérios

Que inundam teu olhar pardo

E me rouba os hemisférios

Norte e Sul, donde eu vago.

Naufragado sem direção,

Posto me perder ainda mais

Como Narciso a procura vão

De elucidar indecifráveis vais.

Tua beleza há afluentes mil

Em cursos antagônicos de ter

Força e delicadeza feminil

Que do olho d'água se ver.

És sonho que perdura [cais]

Doce, perfumado, quente

Sinestesia que mistura [ais]

Sensações, mesmo tu ausente.

Crisalido em mim os sentimentos

Desejando a liberdade dos alentos

Para as borboletas gástricas aqui.

Esfinge que devora pois não sei

O que faço, se me desfaço ao fluir

Da paixão repentina, a qual saudei.

Van Oliveira
Enviado por Van Oliveira em 02/05/2023
Código do texto: T7778038
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