Dois Corações

Eles se tornaram distantes,

Eram olhos que não se procuravam,

Mãos que não se tocavam,

Eram dois corações diferentes.

Eles se escapavam no desejo

De se encontrar em um lugar

Dos quais ambos

Ignoravam a morada.

E assim, começaram a vaguear

Entre as luzes do sol e da lua,

Sem meta nem destino certo.

Eram dois corações...

Dois corações,

Não mais um.

Um que bate

Em uníssono,

Pulsando para os dois viverem,

Assim continuaram a perder tempo

À procura um do outro,

Sem se encontrar.

Quanta perda de tempo,

Tantos desacertos.

Cotidianos diferentes e longínquos.

Mas tão parecidos na arte de amar,

De se amar.

Eram dois malditos sentimentais.

Foram tão tolos, porém

Descobriram-se únicos no jeito de amar.

Juciane Afonso
Enviado por Juciane Afonso em 30/04/2023
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