AS DIVAS DOS MONTES URAIS
Nas veredas, as danças de ciranda
À sombra de arvoredos taciturnos
Ousados minuanos diurnos
Afagam madeixas, coroadas de guirlanda!
Quem são? Que a meus olhos a Hades transportam
E transmutam em júbilo o pesar
Aquelas que a mil abades fizeram abjurar
Culpadas! Se hoje, avidez e volúpia me confortam!
Não fossem aquelas mãos afagarem a fronte
Ofertarem a moeda à barca de Caronte
Reviveria minh'alma a queda de Salomão?
Emprestado das amásias os jugos fatais
Em dorida impiedade, riem-se de meus ais
Chorando a queda às portas de Sião!
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Observação
1 - “queda de Salomão” no texto, se refere ao fato histórico onde as mulheres (Moabitas, Amonitas, Edomitas) tentaram Salomão e o fizeram se desviar de sua crença
2 - “Sião” - No texto está no sentido de “lugar santo”, “santuário”