AS DIVAS DOS MONTES URAIS

Nas veredas, as danças de ciranda

À sombra de arvoredos taciturnos

Ousados minuanos diurnos

Afagam madeixas, coroadas de guirlanda!

Quem são? Que a meus olhos a Hades transportam

E transmutam em júbilo o pesar

Aquelas que a mil abades fizeram abjurar

Culpadas! Se hoje, avidez e volúpia me confortam!

Não fossem aquelas mãos afagarem a fronte

Ofertarem a moeda à barca de Caronte

Reviveria minh'alma a queda de Salomão?

Emprestado das amásias os jugos fatais

Em dorida impiedade, riem-se de meus ais

Chorando a queda às portas de Sião!

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Observação

1 - “queda de Salomão” no texto, se refere ao fato histórico onde as mulheres (Moabitas, Amonitas, Edomitas) tentaram Salomão e o fizeram se desviar de sua crença

2 - “Sião” - No texto está no sentido de “lugar santo”, “santuário”

André da Costa
Enviado por André da Costa em 29/04/2023
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