Antena mulher
Na linha tênue do tato
As manhãs frias de abril
Na verve do toque e atrito
Da sede do novo
Do nascer do mito
Com a cabeça feita
Olhar sempre a espreita
Uma antena mulher,
A águia que serra vista
Viva, vasta, afiada, arisca
Nunca de atena, pois é
Do fato e do sonho
Que não dá mole não
De grito e olfato
Dos olhos castanhos
Fogo de inquisição
Do riso que espalha
Numa mão um bordado
Do clarão que acende
Na outra um forcado
De coração lá fora
Lá dentro um bocado