QUASE AMOR
Vivo me perguntando,
porque continuo sendo
seu amigo, mesmo
querendo ser
um pouco mais.
Porque és bonita,
inteligente, simpática, fiel
ou tudo isso ao mesmo tempo?
Na verdade,
devo confessar,
que sou seu amigo.
Por uma questão de inteligência
e até de sobrevivência.
E também,
por não ter outra opção.
Afinal, não conquistei seu coração.
Não tive essa sorte
nem esse poder.
Assim, de que outra forma poderia
estar sempre junto de você?
A não ser, sendo seu amigo.
Não posso tê-la,
mas olhá-la, sim.
Não posso beijá-la na boca,
mas pegar na sua mão, sim.
E levá-la para passear
no calçadão.
Infelizmente, não tenho o seu amor,
mas tenho o seu carinho, o seu afeto
o seu abraço o seu sorriso
a sua admiração e a sua confiança.
Como amigos,
podemos até brincar como crianças,
podemos rir, contar fofocas,
aí então ficarei sabendo de você.
Como pensa uma mulher.
É claro,
não posso tudo, nem poderia,
mas uma porção de
coisas me permito fazer.
Por exemplo: dar-lhe conselhos,
um abraço apertado,
um beijo no rosto,
pegá-la pelo braço.
Contar -lhe as coisas que faço
satisfazer-lhe os gostos,
acariciar discretamente os seus cabelos,
observar as sardas da sua pele alva,
protegê-la dos perigos.
Levar-lhe remédio na madrugada escura
e na hora da dor, ser a sua cura.
É possível ainda, ser um confidente atento
consolá-la na hora mais triste
e principalmente, viver lembrando,
que, apesar de tudo,
a felicidade sempre existe.
Quase tudo me é permitido,
menos amá-la.
Parece pouco,
insuficiente,
mas para mim é muito.
Não é amor.
É quase amor.
Mas é lindo também !
Revisão: vera Sarres
(verasarres.revisao@yahoo.com.br)