Recordações de um tempo muito distante.
Eu era muito menino, talvez dez anos, te encontrei algumas vezes, você já era moça, senti pela vossa pessoa complacência, encantamento.
Você minha parente, pensava, essa moça um pétala de ouro, uma rosa desabrochando em flores, o paraíso antecipado na terra.
Então, olhava para o seu rosto, o seu corpo e imaginava essa é com certeza a moça mais linda do mundo.
Tinha até vergonha de chegar perto desta menina, olhava é sentia o brilho da sua alma, a grandeza do vosso afeto, a exuberância do seu esplendor.
A magnitude do sorriso dos seus lábios, entretanto, era criança.
Viemos da mesma genealogia, seu avô meu bisavô, minha avô sua tia, minha bisavó por parte do meu pai, tia do pai desta menina.
Na verdade somos primos por diversas genealogias, ela não recorda nem mesmo da minha existência.
Era uma criança olhava a distância com vergonha, entretanto, pela primeira vez achei uma moça exuberantemente bela.
O tempo nos separou, fui estudar em diversos lugares, entretanto, nunca esqueci da incandescência rosto desta minha parente.
Cinquenta e cinco anos depois, muito distante, eu na cidade de São Paulo, vi pelo o facebook uma foto desta menina, completamente diferente, imagino com mais 80 anos de idade.
É exatamente deste modo, a existência, todavia, o encantamento, ficou guardado na alma.
Edjar Dias de Vasconcelos.