A loucura sensata de se amar
Oh, minha amada, minha doce aflição,
Tão pura e rara como a mais radiante flor!
Em teus olhos brilham a beleza e a perdição,
Que me fazem perder meu juízo e o temor.
Teu sorriso é como a luz de uma vela tremulante,
Que ilumina o meu caminho e me leva ao teu ser.
Teu corpo é como a noite, misterioso e fascinante,
Que me enlaça e faz toda a minha alma estremecer.
Ah, como posso explicar a força desse amor
Que me consome e me faz perder a razão?
Como posso suportar o fogo dessa paixão,
Que me leva ao delírio e a esta livre escravidão?
Em ti encontro o equilíbrio entre o bem e o mal,
O paradoxo que nos atrai e nos faz ainda temer;
Mas sei que és o meu ser carnal, cálido e espiritual,
Que veio ao mundo para me fazer gemer e renascer.
Oh, minha amada, minha linda, real e doce aflição!
Que meu amor por ti seja perpétuo e mui fogoso!
E que tuas mãos cuidem e amem o meu aflito coração,
E meus lábios sempre beijem e acordem teu casto rosto.