DESFIANDO CONTAS
Quando deita no meu peito a tarde já cansada
e abraçados dormimos sob a puela noite,
sonho desfiando contas peroladas
e as coloco no teu colo branco de marfim.
Eu queria que ficassem assim
guardadas como ficam as estrelas, num relicário,
e num soneto eu as faria meu rimário
deixando que o cantasses docemente, só pra mim.
Quando formos orar lá na capela, não esquece
de pedir que a graça do Amor se manifeste.
Tu dizendo meus sonetos numa prece,
eu te ouvindo como num coral celeste.