AO MEU ÍNTIMO

Quando a poesia tornar-se carne,

Ela tem que ser perfeita em sua imperfeição,

Algo que eu não sou, e nunca serei,

E isso, por ser plasma do plasma,

Uma mistura acentuada,

De uma alma transparente.

Um coração em seu mistério,

E uma verdade que acaba por ser,

Doravante, absoluta, na sua linguagem,

Que transcende todas as verbalizações existentes.

Sendo teus beijos mergulhados e sussurrados,

Subitamente, enquanto eu tento imergir,

Naquilo que é eterno, uma dimensão,

Visto que o amanhecer nos concede,

O que é vivo, e que o mundo nos dá de presente.

E neste tempo, quando o paraíso se abrir,

E o céu se anoitar ao meu íntimo,

Por poder tocar nos seus cabelos,

Teríamos assim, uma projeção astral,

Difundida aos pensamentos que vivemos.

Entretanto, se isso não for possível,

Que tenhas um bom sonhos, ainda que não seja comigo!

Nesta maneira, ver que teus olhos não mentem e,

Que os vejo totalmente por dentro,

Como seres que se coabitam,

Num mesmo espaço celeste.

Queria eu poder ser a sua cama,

Que deitas, e o homem que amas,

No qual vens a inventar tantas vezes,

Que há vários versos em pétalas coerentes,

Para não acabar por sempre a estar,

Numa espécie de invólucro mortal,

Onde a estratagema é na realidade,

O início inquieto de um caso dissolúvel.

Poema n.2.956/ n.25 de 2023.

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 19/04/2023
Código do texto: T7767952
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