A MENINA
Tomaram os prados a cor da turmalina
Mansos, suaves, vagos...
Fruíam o toque – Ternos afagos
Das mãos de vindoura Czarina!
Ó tempos ermos! Impresso nos versos que tanto lera...
As mesmas mãos! A mesma menina!
Os mesmos passos na planura, a tez franzina,
O aconchego nos arvoredos, as ramas que colhera!
Mas passou a carruagem, e nela todas as horas!
Levando o enlevo de tantas auroras
Saudade antecipada, ó hora vespertina!
Mas ah! De tanto anelo ouviu meu clamor...
As juras doridas d´um trovador
Fizeram voltar a carruagem, e nas mãos com um poema, a menina!
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Observação
“vindoura Czarina" no texto, se refere à menina, que no caso é de origem russa, uma cantora da Rússia
"ramas" - Se refere aos ramalhetes de flores