Hibernagens

Hiberno o teu inverno

dentro de mim

passeando a sol aberto

e gritando no silêncio morno

ou semimorto

destes meus versos.

Abstrata me é a carne

e é por isso que vivo a poesia,

essa razão fina de minha vida

e toda a rima de minha vontade.

A poesia é tenda

e verso é alma,

é o que me agita

e me acalma.

As estações primaverizam em meu peito

acordado e satisfeito

e cheio de medos.

Hiberno por mim com o meu inverno,

eterno inferno...

e pleno céu.

Tudo habitado.