TEU PRISIONEIRO.
Vivo num instante fugaz
Acorrentado ao infinito amor…
Desamarro liras que me traz
Incensos ardentes…De odor em dor
Ofuscado nos meus sentidos,
Transpiro o furtar do teu fôlego…
Apunhalado pelos errantes delírios
Escorrego na solidão do desaforo
Os ventos refrescam a boca sofrida
Aprisionando nas grades, o desejo…
Solto um leve grito em voz dorida
O profundo sussurro de um beijo
Fervilha as veias atadas em desalinho
Queimando o sol que ilumina o negrume…
No queixume respiro dormindo
O silêncio deserto do teu perfume
O luar ausenta-se do meu peito,
Cerro dentes no frio que me vences…
Articulo a tua ausência sem jeito
E danço no fogo quando me sentes.
Abrigo-me prostrado na demência
Enleado nas correntes do devaneio…
Na teia tecida pela dependência
Aqui permanecerei teu prisioneiro.