A queda do anjo

E mais uma vez no meio da estrada

Sem nada, apenas e completamente sozinho

Aquela visão de um anjo no céu já se foi

Indo para o lado escuro do paraíso

 

Agora não sei se é uma ilusão estúpida

Ou apenas minha visão tão turva de autodesconfiança

Desconfiando do que me resta de fé

 

Há alguma chance de lá em cima haver uma bagunça?

Caindo todo anjo vestido de preto

Em um delírio confuso de desejos

 

Ela diz olá

Mas nunca adeus

Mesmo após uma queda

Ela cai em meus braços

De volta para meus braços

Agora sem asas

 

Ela diz olá

Mas nunca adeus

No céu tão escuro

Ela cai em meus braços

De volta para meus braços

Agora sem asas

Ela sempre volta

 

De volta ao chão, sem poder voar

O que resta, um sorriso tão contagiante

Pés de dançarina, rosto de fada

A caminho de um norte qualquer com um pagão singular

 

Agora parece tão real a fúria dos céus

Ou apenas minha visão quebrando toda a autodesconfiança

Acabando com fantasias criadas para o mal

 

Há alguma chance dos céus se casarem com o mar na Terra?

E acabar com todas as dúvidas

Em um capricho egoísta de um tolo pagão

 

Ela diz olá

Mas nunca adeus

Correndo e se desviando das pedras jogadas

De mãos dadas ela está de volta

De volta para meus braços

Agora sem asas

 

Ela diz olá

Mas nunca adeus

Ela tenta voar comigo mas não consegue

De mãos dadas ela está de volta

De volta para meus braços

Agora sem asas

Ela sempre volta

 

Sim, sim

Ela está de volta

O céu está com nuvens negras

 

Sim, sim

Mas ela ama ver o nascer do sol

Na praia do outro lado do mundo

 

Ela diz olá

Mas nunca adeus

Agora no lado escuro

Ela cai em meus braços

De volta para meus braços

Agora e para sempre sem asas

Ela está de volta