A Sinfonia das Almas
Para o amor não há espera...
Nem dia, local certo ou hora.
Não adianta agendar, marcar.
Ele acontece. Vem sem avisar.
Entra simplesmente e se instala.
Mesmo que a gente não queira...
O coração manda e comanda.
Ele interliga a energia cinética.
São alguns imperceptíveis sinais sutis.
Os sintomas são fortes. Arrebatadores...
Que perpassam pelo corpo. Dando calores.
Dos pés à cabeça irradiam. Há um alvoroço.
Tudo às avessas. Bagunça até o pescoço.
O corpo se contrai como num transe.
As almas se olham. Convencem-se...
Daí para o toque de ternura... É um pulo!
Inicia-se um silencioso e vibrante diálogo.
Como se há anos já se esperassem...
No encontro mágico do amor intenso.
Nessa alegria não são necessárias palavras.
É aproximação de intenções. Atos e gestos.
Na bela linguagem soberana das paixões.
No clima místico e químico das emoções.
Os desejos se combinam. Suaves sensações.
Almas abraçadas... Entrelaçadas... Perfumadas.
É um processo contínuo de múltiplas descobertas.
Onde as tristezas das saudades... São desfeitas.
Qualquer vacilo... Interrompe e adia o fluxo.
Mas se o mútuo ruído do medo for vencido...
Abrem-se as cortinas e o romance se inicia.
Daí em diante tudo conspira. Transpira. Pira!
Vestidos de beijos e afagos as almas sorriem.
Toda uma liturgia de sonhos e utopias se criam.
Permanecem assim por horas a fio...
Faça chuva, seca, calor, vento ou frio.
É o incêndio do amor cobrindo o vazio.
Nessa dança de querer e compartilhar...
As almas se namoram... Conhecem-se
Despem-se, se reconhecem... E crescem.
É uma afinada sinfonia que nos dois nasce.
A música das almas já está composta.
De agora em diante é isso que importa.
A história desses amores está aqui posta...
Nestes versos simples postos agora.
Hildebrando Menezes