NO SILÊNCIO DA ALMA

 

 

As cordas de meu coração estão vestidas 
Com um motivo de seda.
Puxo-o devagar, com os dedos da alma, 
E o que surge na mão são simplicidades, 
Momentos, confissões, segredos.


Mas se visto com essa seda a tua imagem,
O que os meus dedos tocam é mais real do que a vida,
E tem o teu corpo, os teus lábios, a tua voz.
Desfaço, assim, o embrulho do verso, e deito fora.


Os cordéis da tristeza, o papel das figuras,
A melodia da música, a desesperança.
É melhor assim, quando a poesia fica às escuras,
No silêncio da alma, e me deixa ouvir os teus passos, 
Tão junto a mim.