Vislumbres
Vislumbres de um raiar do sol ao amanhecer
Sonhos plasmados em céus de anil
Na face lágrimas são fios invisíveis a tecer
Os silêncios esquecidos do amor que sentiu
Fez-se rio a correr em direção a uma praia deserta
Distante dos olhares acusatórios dos juízes sem toga
Há apenas o grito árido do que não aquieta
Sentimento cala-se em águas turvas que o afoga
Vives numa redoma sem beira nem glória
Colhendo flores das ruínas de um velho jardim
No vórtice do ecoar nas sentenças de outrora
És a saudade algoz companheira de todas as horas
Do ontem que perfumava as tardes de jasmim
Que se refaz na esperança do raiar em dias de glórias