MODINHA

Eu nasci e cresci assim,

vejo Gabriela em todas elas.

Cheiro fotos à procura de atino,

de batismo em banho de bacia,

ou em cachoeira de pingo do meio-dia

Coração de menino, cabeça de homem?

Problema de quem se emociona fácil.

Ultrarromântico em tempos de sofrência,

se apaixona ligeiro feito ato de violência.

Amores líquidos, sólidos até que se tomem.

Biscoito em quinze segundos esfarelados

em telas quadradas enquadradas por esquetes.

Espelho d’água particular, reflexo mal lido.

Biscoito puro assim não pode ser alimento,

Só separação na primeira sílaba.

Poesia banhada em picles, na dúvida ruminada,

pela ingratidão salgada, e no arrojo adocicada.

Dissabor sem comoção em meio a tanto insosso.

Poesia assim pura não pode ser alimento,

Só modinha na primeira estrofe

André Resende
Enviado por André Resende em 20/03/2023
Código do texto: T7744493
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