MODINHA
Eu nasci e cresci assim,
vejo Gabriela em todas elas.
Cheiro fotos à procura de atino,
de batismo em banho de bacia,
ou em cachoeira de pingo do meio-dia
Coração de menino, cabeça de homem?
Problema de quem se emociona fácil.
Ultrarromântico em tempos de sofrência,
se apaixona ligeiro feito ato de violência.
Amores líquidos, sólidos até que se tomem.
Biscoito em quinze segundos esfarelados
em telas quadradas enquadradas por esquetes.
Espelho d’água particular, reflexo mal lido.
Biscoito puro assim não pode ser alimento,
Só separação na primeira sílaba.
Poesia banhada em picles, na dúvida ruminada,
pela ingratidão salgada, e no arrojo adocicada.
Dissabor sem comoção em meio a tanto insosso.
Poesia assim pura não pode ser alimento,
Só modinha na primeira estrofe