CRIME E CASTIGO
CRIME E CASTIGO
É noite alta. A lua, jaz agora, descoberta.
Fulgurante, transluz, em fios ondulantes,
Nesgas de luz, furtivas, como se vivas,
Se esgueirassem pela janela entreaberta,
De meu quarto, frio, repleto de recordações.
Vejo então o seu semblante, pelo luar acariciado,
Aos pés da cama, ereta, a cabeça baixa, e os cabelos,
Anelos, emoldurando seus lindos e túrgidos montes,
Tendo nas finas e bem tratadas mãos, um livro qualquer.
Tenho-me então, por trás, também sentado,
A abraça-la, sentindo seu cheiro, beijando sua nuca,
Mordiscando-lhe a orelha, balbuciando algo em seu ouvido,
Sentindo sua pele ouriçar-se... seu coração bater mais forte.
Me enrijeço todo. - Humm! E seus cálidos gemidos?!
Acordo sobressaltado, te procurando, e não a encontro...
És um sonho. Este o maior crime... e o meu maior castigo!!!
Urias Sérgio de Freitas