CRIME E CASTIGO

CRIME E CASTIGO

É noite alta. A lua, jaz agora, descoberta.

Fulgurante, transluz, em fios ondulantes,

Nesgas de luz, furtivas, como se vivas,

Se esgueirassem pela janela entreaberta,

De meu quarto, frio, repleto de recordações.

Vejo então o seu semblante, pelo luar acariciado,

Aos pés da cama, ereta, a cabeça baixa, e os cabelos,

Anelos, emoldurando seus lindos e túrgidos montes,

Tendo nas finas e bem tratadas mãos, um livro qualquer.

Tenho-me então, por trás, também sentado,

A abraça-la, sentindo seu cheiro, beijando sua nuca,

Mordiscando-lhe a orelha, balbuciando algo em seu ouvido,

Sentindo sua pele ouriçar-se... seu coração bater mais forte.

Me enrijeço todo. - Humm! E seus cálidos gemidos?!

Acordo sobressaltado, te procurando, e não a encontro...

És um sonho. Este o maior crime... e o meu maior castigo!!!

Urias Sérgio de Freitas

Urias Sérgio
Enviado por Urias Sérgio em 12/12/2007
Reeditado em 18/08/2014
Código do texto: T774379
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