Matear com a emoção
Estive distante do meu companheiro
Parceiro de amanheceres
Por força maior me distanciei
Olhava de longe a velha cuia ressecando no beiral da janela
A bomba guardada sem uso
O pacote da erva na espera
Os dias passando sem poder manusealas
A velha chaleira sobre o fogão as vezes parece que me espiava e suspirava
Mas veio dias melhores, saúde voltando ao corpo
Pus água aquecer
Peguei a velha cuia com determinação
Busquei a erva como quem agarra um presente
Com precisão de profissional jogando erva pra um canto, servi a água com todo esmero
Alojei a bomba com o cuidado de um sniper
Sentei no meu canto do chimarrão, com a emoção de quem retorna de um combate
Ritual de solver um bom mate, só quem fica sem, sabe do que falo!