Matear com a emoção

Estive distante do meu companheiro

Parceiro de amanheceres

Por força maior me distanciei

Olhava de longe a velha cuia ressecando no beiral da janela

A bomba guardada sem uso

O pacote da erva na espera

Os dias passando sem poder manusealas

A velha chaleira sobre o fogão as vezes parece que me espiava e suspirava

Mas veio dias melhores, saúde voltando ao corpo

Pus água aquecer

Peguei a velha cuia com determinação

Busquei a erva como quem agarra um presente

Com precisão de profissional jogando erva pra um canto, servi a água com todo esmero

Alojei a bomba com o cuidado de um sniper

Sentei no meu canto do chimarrão, com a emoção de quem retorna de um combate

Ritual de solver um bom mate, só quem fica sem, sabe do que falo!

Paulo geovani
Enviado por Paulo geovani em 19/03/2023
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