CHUVA...

 

Horas passavam, eternas e a minha mente

A viajar numa luz distante da luz normal

Da vida.

Gota a gota sentia minha vida parar,

Como se o mundo só tivesse duas pessoas,

Dois corpos quentes molhados, duas mãos

Apertadas para que ninguém passasse a

Dimensão escondida, escura.

 

Tu não existes, és apenas um sonho ou

Uma miragem, e eu...

Não passo de um corpo molhado na chuva,

Sorridente.

O caminho é longo, o tempo curto e frágil, como cristal.

E os teus olhos mudam de cor pra que confie neles.

Não há palavras para descrever, apenas

A roupa encharcada, a constipação que

Iremos os dois apanhar.

 

E o sabor que ficou dos beijos molhados,

E das mãos nos cabelos...

Queria que chovesse todo o ano, queria

Que este dia durasse para sempre,

Porque sei que amanhã vou acordar, e o

Mundo não vai aparecer com tanto amor...

Como o que tu mostrou-me hoje.