Eu amaldiçoei o amor
Senti o coração cortado
e no peito, um ardor
naquele instante, amargurado
eu amaldiçoei o amor
Eu amaldiçoei o amor
pedi que mantivesse distância
ele prometeu o mundo, e entregou dor
me parece nociva, tal substância
Eu amaldiçoei o amor
lhe expulsei do meu coração
o difamei em meu compor
o apelidei de maldição
O amor dá asas
é um tocar no paraíso
é soprar as brasas
e ver incendiar o sorriso
Mas amor não é eterno
feliz pra sempre é conto de fada
no fim, é cair do céu ao inferno
e vai doer a pancada
Eu bebi cada gole do amor
provei toda aquela doçura
mas no final, tem outro sabor
no fundo do copo, é amargura
O gole que desenha a careta
revela na face, que não gostou
coração morre Romeu, sem sua Julieta
mais um drama de amor, se encerrou
E ainda batendo no peito
pede amor, esse órgão masoquista
não entendo esse seu jeito
cansei de dizer, desista!
Vai, canta coração
diz que meu peito, é escravo da ternura
berra que minh’alma, necessita de ilusão
diga! não me envenenes com amargura
Me faça entender! Amores vem, amores vão