Maíra

Esse mundo tão Maíra

que não me sai da lembrança

A Maíra que me queria

passava de noite

pela fresta da janela

Maíra das noites querer

Maíra , a sombra de mim

Maíra dormente assim

Maíra , o que é que a gente fez?

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Paredes são suspeitas..

elas podem ecoar em círculos

E eu sou o círculo medroso

Que gira a noite

perdida no gozo

com a sua sujeira

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De Maria em Maria , nem a fé de arroz com feijão João tinha, e é por isso que o orçamento não dava!

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A tecnologia nos leva longe e perto , como se o segredo do sucesso fosse estar em todos os lugares

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Se a noite pudesse sorrir

entraria em conflito

onde aflito

te vejo partir

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Eu pinto porque o instante é triste

Sou o poeta que me existe

Sou a arte que feriste

E a pintura que se borrou

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Eu voei de longe pra perto

no deserto

que se abriu

Eu suei onde a água não escorre

E meu mar por ti já morre

E a fruta se partiu

Onde a bela está oculta

Minha renda é de juta

E a fria fumaça escura

Me parece sepultura

De amanhã só tenho o osso

E você caminho esboço

Desboçado desbeiço meu

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Cassandra

Eu andei onde cego não anda

Onde os olhos da Cassandra

Eram como rouxinol

Que cantavam onde canta a madrugada

Onde triste estâ passada

A noite que se perdeu

E a Cassandra não colheu

Entre nós os girassóis

Amassados os lençóis

Numa dobra, se calou

Meu caminho

Que agora é passado

E meu sangue ainda passa

E tão branca ficou a vida

Vera Mascarenhas
Enviado por Vera Mascarenhas em 14/03/2023
Reeditado em 03/02/2024
Código do texto: T7740372
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