APERTO NO CORAÇÃO

 

Ás vezes é assim.

A pele apodera-se dos objetos.

Se ganha aversão à cama.

Odeia-se a noite porque traz uma lua maravilhosa.

A raiva toma conta das mãos

Que se apertam e cravam uma na outra.

A luz fere os olhos e foge-se do Sol

Porque com ele vêm memórias e recordações

Que se quer agora guardadas,

 

Para não serem esquecidas.

A vida sobrepõe-se aos sonhos e os pés

Colam-se ao chão para que o corpo fique inerte.

A cólera vem com a intensidade da saudade.

Já são tantos os momentos em que são parceiras.

Que raiva desta distância que me sufoca...

E desse aperto no coração!