EU IREI TE ARREBENTAR
Ela se joga em meus braços e começa a se despir;
A inocência se esvai diante dos suspiros e gemidos;
Ela grita e clama e nome desta indecência que nos logrou;
Estamos nos devorando ao som desta descomunal brutalidade;
Se ao menos fossemos gays ou assexuados;
Nos libertaríamos desta tentação;
Nossos corpos se desvanecem ao fim de nossas inocências;
Gritamos e clamamos;
Ao menos o amor se desvela pelas impurezas sentimentais;
Estou me arrastando e bebendo o cálice dessa terrível infâmia;
Não peça moderações em meus atos;
Não nasci para ser cavalheiro e castrar os meus insanos instintos;
Talvez não estejas preparada para ter chamas em seu corpo;
Vou te amar e te arrebentar;
Não iremos procrastinar;
Não podemos deixar para amanhã o que podemos fazer agora;
Beijos e suspiros;
Gritos e gemidos;
Não nasci para procrastinar;
Eu vou te arrebentar.
Em nome dos dias de desprezo e escuridão;
Não temas os meus insanos instintos;
Não aprendi a amar;
Não consigo te odiar;
Mas quero te arrebentar;
Você se desmancha em meus braços;
Com os nossos corpos em chamas;
Uma luz que clareia nossas escuridões;
Uma lucidez que desfaz o embaraço de nossas alucinações;
Não há mais tempo para amar;
Não consigo mais te odiar;
Não há segredos ou ofensas que possam nos separar;
Se jogue agora em meus braços;
Eu vou te arrebentar.
Nossos corpos consumidos pelas chamas;
Desejos que proclamam o equilíbrio desta paixão;
Palavras que se desfazem ao som desta infâmia;
Versos que não se completam;
Melodias que se perdem ao afloramento passional;
Se jogue em meus braços;
Nossos corpos em eternas chamas;
Desejos que se tornam sombras em nossos testemunhos existenciais;
Nada mais a declarar;
Eu irei te arrebentar.