Gosto profundo do meu amor

É onde sobrevivo, nos subterrâneos de meus pra dentro.

Cabeça liberta de empecilhos, fios de cabelos revoltos

e espalhados no ar em forma de pensamentos,

meu levar a vida é como o todo de cada dia.

Doo-me, completa, ao instante vivido.

 

Se sou eu, sou inteira que sou.

E é assim que chego em ti.

Sou eu que navego sem rumo e perdida

em teus braços de mar - me deixo levar pela onda,

me deixo carregar pelo vento.

 

Sou a espuma que lambe a praia de tuas ânsias,

que beija tuas areias perdidas de ti, presas em mim,

em nossa janela do tempo - voam, asas planantes -

em meus seios de amor...

 

Assim, assim, como um sopro de um tornado

ou como a suavidade de um lumiar de brisa

que pousa em teu colo e te fala,

olhos nos olhos, o gosto profundo do meu amor.