Mulher

Teu corpo tremia, e seus membros agitavam.

Os olhos cerrados, e os lábios trincados.

O teu lindo corpo, meus dedos galgavam.

E na ânsia louca ficamos selados.

Passaram depressa os minutos e nós.

Bem juntos sozinhos, ficamos amando.

Somente baixinho ouvia-se à voz.

Falando do amôr mais puro do mundo.

De prazeres e gozos da vida tivemos.

Da vida passada nada trouxemos.

Dos dias vindouros muito queremos.

Mas no fim da jornada nada teremos.

Somente os sonhos, lembranças dos dias.

Prazeres antigos, lembranças do mal.

Os beijos ardentes queimando nas veias.

O coração agitado com amor sensual.

E no nosso quarto já em altas horas.

Tuas vestes eu tirava, jogando de lado.

Teu rosto corado, os seios de fora.

Marcaram a noite de amôr e pecado.

Julgando-me monge, varão ou coisa assim.

Beijando teu corpo da cabeça aos pés.

Bendigo ao Deus que a enviou pra mim.

Não maldigo o demônio que te fez mulher.