ÉS O NASCER DE UM DIA
És o nascer de um dia de primavera.
Irrompes na manhã ainda sem sol
Descendo ao sentido da terra
Nas gélidas gotas do orvalho.
Fundes-te na natureza
Com os primeiros raios do sol.
Explodes no teu calor oferecendo-o
Ao dia que principia.
Tornas complexo o simples, reinventando
A linguagem dos sentidos em cada frase,
Em cada olhar.
Cada minuto a teu lado é momento sonhado.
Cada ausência tua é um regresso
Ao lado gélido das palavras,
Dos sentidos perdidos.
Teu olhar foge para paragens distantes
Buscando dor nos afetos sangrentos.
Busco um nome para ti.
Procuro a palavra que associe a fragilidade
Do teu plácido rosto
Com a força flamejante da tua auréola.
E a chamo de Meu Amor.
Irrealizável é associar a imensidão
Do calor que paira no teu sorriso primaveril
Ao olhar invernal dos teus olhos.
Amo-te infinitamente...