Garrafas Esverdeadas

Uma troca de olhares

Paralisa os andares

Trinca no estandarte

Propaga para impactar-te

Termina com um start

Da quebra, desunião, espalhar

Fragmentar, bagunçar, distanciar

O que, na opinião dela

É apenas arte

Cada pedaço

Resquício de silencioso

Sutil e feio

Ritual, que me reduz

A destroços

É saboreado por suas mãos

Feito boca que saboreia

Melaço

Quebra-cabeça sem padrão

Sem encaixe, sem buraco

Livre para criar e bagunçar

Peças e ordens trocadas

Ao aleatório, ingredientes

Da desordem

Braços e pernas, tão bem

Reconstruídos quanto produtos

Do surrealismo

Carne moída e pensamentos

Tão embaralhada que

Nenhum estímulo nervoso

Acha uma sinapse

Como caminho

Enquanto me reorganizava

Sua verde visão

Tão esverdeada quanto

Garrafas de pão líquido

Queimaram e coloriram

Os cacos de vidro

Antes tão transparentes

Quanto opacos

Inexistentes

Quando os outros virem

Minha nova forma

E minha nova cor

Eles vão saber que essa

Arte foi de sua

Autoria

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 02/03/2023
Código do texto: T7731087
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