Eu te amo, três frases uma vida. (III)
Um eu te amo, incorreto até na gramática,
Um abraço sem laço, de forma automática.
Olhares vazios, absortos em seus sentidos.
Sem stricto sensu, com os ânimos abatidos.
Almas imersas na escuridão de suas ambições.
Já não sentem o que diz, envilece as relações.
Almas em multidões, mas só em suas solidões.
Almas que só veem o belo no reflexo do espelho,
Que ama o que lhe serve, num negocista grupelho,
De seres frios que tem o desamor por seu parelho.
Ah! Mas há de haver um tempo do ser evoluir.
E alguém dirá a outrem: amo te; num vivo fluir,
Na inteireza do stricto sensu, na beleza do sentir.
(Molivars)