DA LOUCURA, A MAIS DOCE
O amor, quando existe não se cala
nem contém sua própria nudez.
Entrega-se de alma ao provável abismo
que adivinha e geme e grita
pela insensatez que se avizinha.
Aquele que dessa insânia vive,
não quer afastar de si, a loucura.
Quem o merece e tem de outro ser
essa oferenda, sabe bem
do que é morrer e vir novamente
beber nos olhos de quem se ama, o veneno,
o irresistível vinho que queima a pele
e a vida, em embriagues e doçura.