Desmesura

✒ A tudo aprisionas com tua língua e gestos enluarados.

Feito o magneto à agulha distraída, a tudo atrais.

Inelutável.

Eras mel e topázio.

Pássaro pousado no dedo.

Destemido farol em mar aberto.

Como mil foguetes explodindo num céu de cobalto, eu ardo no doce inferno da tua boca.

Eras o oculto.

O próprio enigma da esfinge.

A lágrima que sucumbe entre o suspiro e o sorriso. Rendida.

E amo-te.

Desmesuradamente. Tal como o poeta suicida que lançou-se ao mar, em busca da pérola perdida.

Para Cadenus