Café na Varanda
Foi numa manhã serena naquele dia primaveril
Da varanda aberta à beira do mar
Que num átimo do pensamento um vislumbre acariciou-me os cabelos
Toque sutil que estremeceu o mais profundo de minh’alma
Vieste assim na mansidão do passar das horas
Alegrias de todas as manhãs no aconchego do abraçar
Na mesa um café quentinho com aroma forte te esperava
Trazias nas mãos as flores que colhias pelos caminhos dos ventos
Transformaram meu coração num jardim de cores a perfumar
Como o amor tem o poder de transformar a aridez do viver
Numa tela de lindas paisagens furta-cor
Mas o tempo esse senhor caprichoso e implacável
Dissipou a magia apenas em sonhos de alcova
Hoje não há mais café, risos, nem flores a enfeitar a mesa
Apenas rascunhos inacabados de um poema de uma saudade
Guardados no segredo lacrado de um relicário