Será que não falei?
Não quero falar de amor, distância vou tomar desse tema
Quero talvez fazer me acompanhar a quem sempre busquei
Vou torcer o nariz, mas juro que não lhe dedico este poema
A candura do eterno e o prisma do viver, serão minha lei
Não quero plagiar Vinícius, mas talvez escreva uma “Carta a mim/86”
Mereço a sensação de me conhecer, depois a dualidade se desfaz
O encanto do merecimento eu já senti de perto mais de uma vez
A borboleta já se confundiu com folha, quando se viu por detrás
A deserção de uma ilha se confunde com a sua libertação total
Na corrente das descobertas é sempre a testemunha presente
De jovens descobrindo o sexo, ao inútil ser sempre essencial
Seres amenos, com sentido de poder se entregando livremente
Talvez não desvirgine e nem desabroche meu argumento
Tentativa houve, emoção roçou fraco, porém foi fatal
Mas a indagação me trouxe a reflexão nesse momento
Será que o amor esqueci, nesse breve paraíso mental?