TEU RETRATO
Da Vinci, Renoir, Tarsila
Abençoado o ventre cujo fruto
Erguer minh'alma pra além do luto
Onde dor infinda se asila!
Quiçá tuas pinturas que guardam cativas
As almas de Divas e Musas venustas
Olhares de doçuras augustas
Sejam consolo às doridas rogativas...
Rogo, pois, seja o fulgor do afresco
Qual luz distante d´um astro gigantesco
E da poesia talvez, o último ato!
Eternizada fique a última hora
E se desacato a Cronos negando a aurora
Dai-me ao menos o escapulário de teu retrato!
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Observação
1 - “desacato” - No texto está no sentido de “afronta”
2 - “Cronos” - Deus grego do tempo