Amei-te escondido…
Muito mais é aquilo que nos une
que tudo aquilo que nos separa,
Verte em mim por ti o amor impune
que ao vasto espaço se compara….
Adolescente apaixonado que já cora
em tela pintada de belas aguarelas
salpicadas nas borboletas amarelas
esvoaçantes que anunciam a aurora.
Quero escrever em poesia minha irmã,
que em cochichos no largo da igreja
soube que um grande amor nos almeja
perante a virgem confessado logo pela manhã.
Uma por uma as Ceifeiras para campo vão
e eu fico a olhar as insinuantes estrelas
acanhado vendo as mães partirem com elas
levando meus sonhos no seu lindo coração….
Entre as espigas e as papoilas o devaneio
Inspiras a este pobre e solitário poeta,
que escondido atrás da alma pura e inquieta
deseja ser a água que corre em direção ao seio.
Enquanto matas a sede ao sol ardente,
faço rascunhos escondido atrás do medronheiro,
onde avistado pelo capataz matreiro,
Viro chacota da mulherada carente.
Corro envergonhado entre os íntimos sonhares
protegido entre as estopes esverdeadas,
apertando as folhas do livro rasgadas
pelas lágrimas que correm pelo rosto aos pares…
sentado no chão desfolhado o amor silencioso,
que guardara por ti no meu coração puro,
deixo ao sonhos a incerteza de nosso futuro
escritos nas folhas rasgada como o mais belo gozo.
A linda camponesa que amor em mim desperta
Luz da paixão que sonho acordado e consinto
agora que sabe o amor que tanto sinto
deixará a pobre alma do poeta de estar deserta.
A virgem que fizemos hoje pela manhã
Já todos em todos os recantos do amor domina...
Espero-te linda Ceifeira…apaixonada e divina,
Espero-te de novo no Largo da Igreja…amanhã.