As Mãos Estendidas Ao Repararem um Encontro
Estão perpetuando uma boca a fornalha
E a alimentando como se fosse uma pensão
Cada palavra é um hóspede e uma visita
Perfumarão significados com o desleixo da idade
Mergulham as aspas do coração condimentado
No suco vulgar derramado por cada desamor
Ainda não há validade, o sol era o licor de um isqueiro
Esquecido entre os engenhos de gesso
O alívio era uma barganha da farmácia
O que alarmava o corpo, todas as vezes
Um novo jogo de azar: Adivinhar efeitos colaterais
Entre a total suspensão ou a auto medicação
Os cacos de vidro com que dança
Eram tanto um feitiço e uma armadilha
Para lhe manter a salvo do pecado da curiosidade
Para lhe manter distraído de cada nova gula que concebe
Os olhos que podem inventar algemas
Os olhos que dizem conhecer borboletas
Os olhos assombram a pele com desdém
Os olhos submergem em estatísticas buscando rostos
Desconhecer o duplo, conhecer o instante
A memória feita de carne lutando pela fome
Com que o músculos se entristecem
Ao argumentarem a doce invasão de valores
Os segredos são serpentes tortas
Tremulando seu rancor ante o barro
Novamente, os suspiros são névoas
E o meu sorriso já não é mais uma moeda de troca
O caminho dessas veias é o mistério
Que a jangada do tato descobrirá
Abreviando as bifurcações de nascentes menores
Performando o acaso na correnteza tórrida de desejos...