As Ilusões da Juventude

 

Quanto medo em retornar

sem conquistas ao ninho paterno.

Desejo de glórias. Persegue-se, muito exige de si.

São olhos de coruja a vigiar constantemente.

Muito existe para ser desvendado,

muito há para ser conquistado.

Um jovem aprendiz

que caminha seguro pesando-se mestre.

Tantos seres e tantos sentimentos diferentes,

haveria como catalogar?

Em meio a tanta impessoalidade

surgirá um dia alguém especial?

Ou será como muitos vítima

de prático acordo de conveniências?

O céu juvenil parece ter constelações demais,

tudo parece acrescido,

Um complexo de superlatividade

toma conta de todo o viver,

Vê-se mais do que realmente existe.

Uma faceta extra. Dramaticidade.

A ilusão de ter-se todo o tempo do mundo.

A efemeridade pensando-se eterna.

Desejo a confundir-se como os sentimentos,

não sabendo até onde um até onde outro.

Vida do corpo a desafiar as idealizações do espírito.

Desafios. No toque de lábios que se unem

para recriar a duas individualidades.

Para imaginar fantasias a dois.

Para compartilhar solidões.

Para bater as asas no voo inaugural

no portal celeste da maturidade.

 

Gilberto Brandão Marcon

18/10/1983

(Fragmento Texto: Primeiras Paixões)

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 12/02/2023
Código do texto: T7717286
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