MEU CASTIGO

Vales verdejantes

Tártaros sombrios

Tão iguais... Tão vazios!

Esquecidos, ó sina dos Atlantes!

Que me valem os deslumbres de tuas quedas

Os segredos partilhados ao poente?

Jamais, em tuas sendas, vingou flor inclemente

Que exalasse perfumes, e esperanças tredas!

Busquei-a! Louco tresloucado!

Escolhi da estrada venturosa a via do pecado

Por uma pétala ofendi os arvoredos!

Abre, a quem veio de longe, o postigo

Se a flama em teus olhos há de ser o meu castigo

Traz o vinho! Transborde a taça o doce dos vinhedos!

André da Costa
Enviado por André da Costa em 11/02/2023
Reeditado em 15/02/2023
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