Cole teus lábios em minha boca,

soletre amor para dentro minh'alma

e aceite meu gesto de enlace.

Resfolegue sua ansiedade em meu colo

e, por um instante, que seja,

desça do alto de teu vazio

e cole teu rosto no meu.

 

Me chama que eu te encontro

na esquina dos desaparecidos,

no lugar onde crianças fazem festa,

com balões coloridos e apaixonantes

e os homens plantam sementes

de trigo, centeio e silêncios,

nos vazios das cestas, saias,

aventais e lábios azeitados de amor.

 

Não pense,

 

Não pense, por instantes,

não pense.

Não és apenas um centavo

de alegoria dos sozinhos.

 

És vida, amor

e paixão desmedida

que me acende

os faróis da felicidade

nas horas antes

do adormecer dos rouxinóis.

 

Vem,

te espero onde vens, 

meu amor.

 

Eu te faço um canto

como o faz o poeta:

 

"Eu preciso ir esperar

no lugar onde meu amor vai vir!

Quando você vir, quando você vir,

de novo, de novo vir,

de novo, de novo vir,

eu preciso ir, te esperar, amor!"

 

Vem, ser lírio do meu corpo,

luz de meus olhos...

Vem para a segurança dos meus abraços,

para o refúgio das minhas terras,

onde duendes de fora não dizem mais,

nem fazem mais perigo ao nosso viver.

Vem e deixa a morte de lado, 

te basta de vida em meu amor.