Não há como viver no passado,

nem como lá voltar,

mas sem ele também não há

como adiante ir.

 

É nossa história, nossas memórias

que, bem ou mal, fazem parte de nós

e não há como apagar.

 

Se desejares o passado apagar

como fosse um quadro

onde escreves teus diagramas

é fingir que ele não existiu.

 

Mas, então, não será mais você

a me encontrar no tablado do tempo.

Ambos seremos pó que a terra comeu.

 

E conosco morrem

os sentidos da alma,

os sonhos

e o amor que plantamos

e a história que zelamos

ao longo do caminho.

 

Seremos pó, misturados

à cor terrosa do universo 

cujas estrelas não se acendem mais.