Beijo do Mar
Procuro a ternura nos pequenos pedaços
de mente que rolam quando chego a ti…
…gritos que ensurdecem a saudade que recusas
pela força que chego numa praia desconhecida
que assassinam a respiração das sereias.
Ao longe escuto a gaivota rodopiante
entre os inúmeros gritos do acaso.
De joelhos sentes a carícia molhada de sal,
que durante todos estes anos manteve
a juventude suspensa e em segredos infinitos,
segredos da areia que só via conchas estendidas.
Procuro-te no rebentamento como um beijo
suspenso e grito sem nexo e bem alto!
Lembro-me de cada balanço e chegada a ti,
do “Bom dia, meu amor” soprado pelo vento,
e pelas marés, nas manhãs de inverno.
Eu sei que há diferenças entre o som das ondas
e o canto de um passado que te aperta o peito,
ávida para matar a saudade do mar que sonhas.
Meus dedos estão sujos das tempestades,
A mente estragada por roer a solidão,
e o vento assobia ao passar por minha angústia.
Porém eu todos os dias vou te dar um beijo!
Antes que o medo de te perder se aproxime…
Em todas as marés…
Procuro-te….nas memórias da areia cristalina...