Não quero repetir frases de almanaque

ou pensar no sen(tido) da vida

como se ela não tivesse tido algum...

 

Um sentido há de ter,

e sei que leva ao teu coração,

que com o meu se faz um.

 

Porque as manhãs continuam abrindo os olhos

e as noites vagam estrelas que já morreram

e outras que, ainda, aqui,

não nasceram ou estão nascendo

num céu de escuridão.

 

Todos os dias novas descobertas

surgem sobre o tampo da mesa.

Coisas inacreditáveis!

O que nunca se imaginou,

o que nunca sequer se pensou.

 

Também os sonhos continuam 

a ser, existir e realizar.

São tessituras de vida,

tear de amor, 

colcha púrpura de paixão.

 

Quimeras e sonhos

são pontes encarquilhadas

de esperanças de amanhãs

e a vida pulula - reluz -

nas mãos que marejam poemas

em caminhos apetalados

de pétalas de ternuras

e carinhos de luz...