December

DECEMBER

os brancos contornos da neve

nos teus cabelos negros

teus olhos escuros

taciturnos

se perdem entre os meus

(quando atingimos o nirvana).

DECEMBER

a canção refletida

na cadência do som

das horas, o breve pulsar.

Êxtase dos anjos

(na carne dos amantes)

Tua boca madura

me devora

em beijos

que só eu sei dizer...

DECEMBER

primavera

inocência

mar em rosas de sangue negro.

O veneno da serpente

- inofensivo -

me confunde.

Carpe Diem.

Um amor de agora

ternura sem hora

nem lugar

DECEMBER

teu suor

pele em brasas

coração.

Galgo a luz

na tua alma

entrelinhas das lágrimas.

DECEMBER

sem despedida

a partida da chuva de verão

em um guarda-chuva de brisa

me comove.

DECEMBER

solidão

Cântico ao beija-flor

perdido

no jardin des délices

uma palmeira

a flutuar

no ar dos desertos

de teu espírito.

DECEMBER

O sopro de um Serafim

a presença de um Querubim

aguardo no intervalo

do vôo das borboletas

uma cornucópia

vinda do caduceu

e lhe ofereço

na verve do amor

singelas flores de luz

no silêncio que se instala

taciturno

no vão de teus lábios escarlates

nos entreatos:

a arquitetura de minhas rosas famintas.

(Poema para um amor breve).

Verônica Partinski
Enviado por Verônica Partinski em 09/12/2007
Reeditado em 10/12/2007
Código do texto: T771509
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