December
DECEMBER
os brancos contornos da neve
nos teus cabelos negros
teus olhos escuros
taciturnos
se perdem entre os meus
(quando atingimos o nirvana).
DECEMBER
a canção refletida
na cadência do som
das horas, o breve pulsar.
Êxtase dos anjos
(na carne dos amantes)
Tua boca madura
me devora
em beijos
que só eu sei dizer...
DECEMBER
primavera
inocência
mar em rosas de sangue negro.
O veneno da serpente
- inofensivo -
me confunde.
Carpe Diem.
Um amor de agora
ternura sem hora
nem lugar
DECEMBER
teu suor
pele em brasas
coração.
Galgo a luz
na tua alma
entrelinhas das lágrimas.
DECEMBER
sem despedida
a partida da chuva de verão
em um guarda-chuva de brisa
me comove.
DECEMBER
solidão
Cântico ao beija-flor
perdido
no jardin des délices
uma palmeira
a flutuar
no ar dos desertos
de teu espírito.
DECEMBER
O sopro de um Serafim
a presença de um Querubim
aguardo no intervalo
do vôo das borboletas
uma cornucópia
vinda do caduceu
e lhe ofereço
na verve do amor
singelas flores de luz
no silêncio que se instala
taciturno
no vão de teus lábios escarlates
nos entreatos:
a arquitetura de minhas rosas famintas.
(Poema para um amor breve).