O Pirilampo e a Papoila
Ó querida Papoila…que és formosa entre as mais belas!
Escuta as afetuosas serenatas dos loucos apaixonados
Enquanto subo o alto arvoredo em buscas das estrelas
nas asas dos mais lindos besouros de tons dourados!
Guardo Dós e Rés no baile que religiosamente danças
entre os sorrisos dos pardais e a música das cigarras
colhi molhos de lindas margaridas para as tuas tranças,
tu que danças rodopiando as sete saias nas cordas da guitarra!
Sou o pirilampo que ilumina os teus passos de Cinderela
que perdeu o sapato de cristal na luz dos meus rastros
enquanto dançava com a louca e linda borboleta amarela,
louca, mas de sorriso lindo como o ouro dos astros….
A Lua se escondeu, o grilo bebeu, ficou o sapo envergonhado
que me aconselhou a não sonhar sem medo das alturas...
Explicando que só olharias para um Príncipe encantado
e não para o pobre pirilampo, uma luz as escuras….
Choro nas orvalhadas sebes o amor que em meu peito cabe
pela linda papoila das sete saias, no baile as mais belas
que só a velha guitarra que chorou comigo o segredo sabe,
que que tenho na algibeira saltando as luzidias estrelas!
Vou guardar teu sorriso como o ópio das drogas amorosas
pois posso não conseguir iluminar se a Lua estiver cheia...
Vou soltar as angelicais estrelas mesmo que se tornem saudosas
e juntar-me à negra aranha que vive entristecida na sua teia!
Ó querida Papoila…que és formosa entre as mais apetecidas!
Meus poemas serão eternamente escritos com beijos,
de amor nos sonetos deixados pelas estrelas fugidas
na noite que te conheci nos jardins dos meus desejos…
Não desisto de um dia dançar contigo nem te abandono,
mas a verdade é que chega correndo o fim do Verão
e como as pombas e as cigarras vou fugir do gélido outono…
Não te abandono…voltarei com as estrelas no meu coração!